sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Amnistia lança apelo contra a injecção letal

As execuções de prisioneiros através da injecção letal é comum em países como a China e os Estados Unidos. Por isso a Amnistia Internacional lançou um apelo aos médicos e enfermeiros para que se recusem a administrar a injecção, com base num relatório que prova a enorme crueldade e sofrimento que ela causa. Apesar de muitos médicos e enfermeiros terem já manifestado a sua oposição ao envolvimento dos profissionais de saúde nas execuções, eles continuam a ser chamados pelos estados que mantêm a pena de morte para aplicar as injecções cujos efeitos se podem descrever como uma paralisia dos presos como se estivessem numa "camisa de forças química", incapazes de de mexerem, gritarem ou chorarem durante a execução, apesar de permanecerem conscientes.O coordenador da Amnistia Internacional para a Saúde e Direitos Humanos, James Welsh, afirmou que "os profissionais da saúde são preparados para trabalhar para o bem estar dos seus pacientes, não para participar em execuções", acrescentando que "os governos estão a colocar médicos e enfermeiros numa posição impossível, ao pedir-lhes que façam uma coisa que vai contra o seu juramento ético".O relatório de 41 páginas, intitulado "Execução por injecção letal: um quarto de século de envenenamento estatal" pretende eliminar a ideia corrente de que a injecção é uma alternativa "mais humana", quando comparada com o enforcamento, a decapitação, a cadeira eléctrica ou o fuzilamento. O sofrimento causado pela injecção que contém uma mistura de substâncias químicas levou a que já a sua utilização já tenha sido abolida pelos veterinários no abate de animais. É o caso do Texas, que desde 2003 aboliu as injecções para os animais mas continua a usá-las para executar os presos. Foi neste estado norte-americano que pela primeira vez foi administrada a injecção letal e mais de 400 presos foram ali mortos desta forma nos últimos 25 anos.Para além dos Estados Unidos, que desde 1982 executou cerca de 900 presos, também a China (que mantém secretos os seus números de execuções) está na mira da Amnistia. Aquele que é considerado o país que mais aplica a pena de morte inventou às câmaras de execução móveis, com autocarros preparados para levar a pena de morte a qualquer parte do país.A Amnistia Internacional aponta ainda os exemplos da Guatemala, Filipinas e Tailândia como países que aplicam esta técnica. Mas diz também que o uso da injecção letal não resolve o problema da pena de morte. Por isso a organização está a apelar à sessão da Assembleia Geral da ONU que está a decorrer para aprovar uma moratória para a pena de morte.
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