Vale bem a pena...
Eis aqui o Video promocional!
via Os Tempos que Correm
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Espaços verdes para combater a poluição

Um estudo recente de uma equipa Britânica consistiu em desenvolver um sistema de informação ambiental, para projectistas urbanos, que tem em consideração os dados mais recentes sobre os efeitos que a plantação de árvores podem ter na manutenção de baixos níveis de poluição atmosférica. As árvores nos ambientes urbanos são formas de limpeza de gases e também de matérias particulada presentes na atmosfera.
A aplicação do estudo a casos reais resultou em dados que sugerem reduções suficientes para cumprir os níveis partículas na atmosfera permitidos pela legislação. O estudo foi feito com duas cidades do Reino Unido.
Para os dois casos de estudo, as árvores reduziram as concentrações de PM10* na atmosfera de 7% a 20%, tendo sido alcançadas reduções maiores nos casos em que um maior número de árvores foi plantado. Em áreas industriais, muitas vezes associadas a níveis elevados de concentrações de PM10, os níveis de redução são menores visto as áreas para plantação também serem menores, as simulações revelaram reduções na ordem dos 2,5% a 7%, dependendo das áreas disponíveis para plantação.O modelo também revelou que o potencial efeito de mitigação num único ponto e na área circundante são limitados, os autores dão ênfase ao facto das árvores não deverem ser vistas como a solução na mitigação das emissões. Contudo, num nível estratégico o potencial para o uso de árvores é muito maior quando são usadas políticas de qualidade do ar e de uso de solo em toda a área ou até ao nível regional, com a colaboração das autoridades locais.Esta ferramenta poderá fornecer informação valiosa para antever os locais onde a plantação de árvores poderá ter maior potencial na captura de PM10.*Matéria particulada (PM) corresponde a material sólido ou pequenas gotículas de fumo, poeiras e vapor condensado no ar, as PM10 são as partículas cujo diâmetro é igual ou inferior a 10 microns. As PM10 são uma importante ameaça sobre a saúde humana e tem vindo a ser demonstrada a sua influência no aumento de mortalidade.No ambiente urbano as principais fontes de PM10 são a combustão de combustíveis fósseis e o tráfego automóvel. As partículas emitidas para o ambiente são depositadas através de precipitação directamente nas superfícies, incluindo a vegetação. Devido às grandes áreas de superfície de que dispõem as árvores são óptimas para a deposição de matéria particulada em suspensão na atmosfera.Fonte: Bealey W.J., McDonald A.G., Nemitz E., Donovan R., Dragosits U., Duffy T.R., Fowler D. (2007): « Estimating the reduction of urban PM10 concentrations by trees within an environmental information system for planners », Journal of Environmental Management 85:44-58
Cine-Eco Seia 2007

O Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela – CineEco, este ano na sua 13ª edição, conta reunir cerca de cinquenta filmes, sobre a temática ambiental, candidatos a prémios em dez categorias distintas.
A edição 2007 do CineEco terá lugar entre os dias 22 e 27 de Outubro em Seia e apresenta, para além da sessão competitiva, vários ciclos de cinema. Sabe mais aqui.
Este festival, o único realizado na área ambiental, é uma iniciativa da Câmara Municipal de Seia em parceria com diversas entidades locais e institucionais.
À semelhança das edições anteriores, o festival internacional decorre na Casa Municipal da Cultura de Seia.
O CineEco é uma iniciativa que se tem vindo a produzir, anualmente, desde 1995. É um festival de cinema, de âmbito internacional dedicado à área do ambiente e que ao longo dos anos tem apresentado outra vertente do cinema, o cinema de autor, nomeadamente obras pouco conhecidas dos grandes auditórios e muito longe dos circuitos comerciais.
Ao longo das edições o festival tem vindo a evoluir de forma excepcional. É considerado, por muitos, o maior evento na área da cinematografia de autor. O festival tem contado, ao longo das suas 12 edições, com a presença de prestigiados figuras do mundo do espectáculo, Lucélia Santos (Brasil), Silvia Pfeiffer (Brasil), Raul Solnado, Professor Fernando Catarino, Luisa Schmidt (Expresso), Brandão Lucas, Pedro Oliveira (RTP), Mário Augusto (SIC), Imola Gaspar (Hungria), Márcia Guerra (Brasil), Tiziana Tarquini (Itália), Rosa Coutinho Cabral (Portugal), Doc Comparato (Brasil), entre outros.
Conferência de Jovens do Bloco já tem boletim de debate

Países pobres sofrem 93% das doenças

Philippe Lamy, representante da OMS para o México, acrescentou que “no mundo subdesenvolvido existem 52 milhões de pessoas sem acesso à água potável e a serviços básicos”, durante a sua intervenção nos “Diálogos do Fórum Universal das Culturas 2007”, que se realiza em Monterey esta semana, dedicando-se ao problema da saúde.
Na sua intervenção sobre a "Saúde nas Américas", Lamy esclareceu que a maior causa de morte no mundo são as doenças cardiovasculares (com 900 mil vítimas por ano), o cancro no estômago, pulmão, cólon, mama e próstata (com 500 mil vítimas).
União Europeia quer seleccionar imigrantes

Esta proposta da Comissão Europeia, será apresentada em Estrasburgo e votada em conselho de ministros da Justiça e Assuntos Internos dos 27. Ao abrigo do processo de co-decisão, também deve ser aprovada pelo Parlamento Europeu, devendo o processo estar concluído até final Dezembro.
O «cartão azul» é inspirado no «cartão verde» que existe nos EUA, conferindo em simultâneo uma autorização de residência e de trabalho, com o objectivo de permitir a contratação rápida de profissionais qualificados, mediante o pagamento de um salário acima do mínimo nacional. A UE pretende atrair imigrantes altamente qualificados, cada vez mais importantes para suprir as deficiências de uma população envelhecida.
De acordo com a proposta em discussão, o “Cartão Azul” seria concedido a imigrantes altamente qualificados com contrato de trabalho de ao menos dois anos e uma remuneração no mínimo três vezes superior ao salário mínimo do país no qual pretende viver. Este mecanismo de selecção assegura que apenas trabalhadores altamente qualificados podem aceder a estes direitos, pretendendo-se assim atrair ao continente europeu os cidadãos mais qualificados do resto do mundo, promovendo a fuga de cérebros nos seus países de origem.
Segundo dados do Eurostat, 85% dos imigrantes que chegam à UE constituem mão-de-obra não qualificada, (nos EUA, essa porcentagem não ultrapassa os 5%), enquanto que apenas 5% são altamente qualificados (nos Estados Unidos são 55%).
Ontem em França, Sarkozy viu o Senado aprovar a sua proposta para introduzir restrições à imigração no país que, entre outros condicionantes, prevê que os candidatos ao reagrupamento familiar terão de se sujeitar a testes de ADN. A oposição de esquerda anunciou que vai recorrer para o Conselho Constitucional,
Portugal corta no investimento público

A obsessão pelo défice é a causa para o desinvestimento: impedir o investimento público tem sido uma das medidas que têm conseguido controlar o défice. O que deverá colocar a pergunta: O Governo estará mesmo a conseguir controlar o défice? Ou simplesmente paralisou Portugal para que os números do défice coubessem na estatistrica europeia?
Repare-se que mesmo entre os países da Zona Euro existe uma regra que é: o valor do défice orçamental não pode superar o valor do investimento público. Pois bem, em Portugal supera. O Orçamento para 2008 mantém este incumprimento que prejudica o desenvolvimento de Portugal e nos separa cada vez mais do desenvolvimento e qualidadede de vida dos outros países europeus.
N o outro lado da tabela estão a Letónia, a Roménia e a Lituânia como os países que mais investem publicamente. Nos últimos lugares encontra-se a Finlândia (variação 2003-2007 de 5,1%), Malta (4,1%) e Portugal (-15,3%).
Pobreza:Famílias numerosas e Idosos são os principais afectados

Mesa Nacional dá luz verde a moção de censura

www.esquerda.net
Esquerda Europeia em Lisboa contra o Tratado

http://www.esquerda.net/
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
AGEING SKIN - 19/10/07 Casa da Cultura de Sta Comba Dão, na inauguração da Exposição Impressões de Jean Calcagno e 20/10/07 no Bombar em Mortágua

Os AGEING SKIN, banda de " Metal Diverso", segundo as palavras de Gabriel Moreira, o guitarrista dos Ageing. É uma banda de Sta Comba Dão, que conta com o Rodolfo na voz, com o Daniel no baixo, com o Gabriel na guitarra, e com o Bessa na bateria.
Não percam , sexta à noite, na inauguração da exposição do Jean, e sábado à noite no Bombar em Mortágua.
Os AGEING SKIN, banda de " Metal Diverso", com diferentes influências, que vão do metal ao jazz, passando pelo folk, música étnica e rock, revela um bom nível de maturidade e originalidade, nas sonoridades que nos transmite.
A NÃO PERDER!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
IMPRESSÕES de JEAN CALCAGNO

Cada ser vivo faz a sua própria impressão sobre casa coisa existente, claro que numa sociedade onde o ódio, egoísmo e hipocrisia nos têm vindo a corroer a alma, essas impressões têm vindo a ser cada vez mais distorcidas; Apenas espero que a Arte se continue a manter para sempre no seu auge e a transmitir a Verdade, que é a da real Humanidade.
JEAN CALCAGNO
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
ARTES EM STA COMBA DÃO: PINTURA, MUSICA,LITERATURA,FOTOGRAFIA,PLASTICISMO,INTERVENÇÕES E OUTRAS DIVAGAÇÕES

Este blogue, resolveu criar, periodicamente, um espaço para divulgação dos artistas e dos trabalhos realizados localmente.
Pensamos que ao mesmo tempo que só a Verdade é Revolucionária, a Arte, nas suas mais variadas vertentes também cumpre esse papel: de mudança, de criação, de irreverência...
Uma vez que estamos em crer, que a nível local existem muito poucos espaços para divulgação dos talentos locais, e que essa é de facto uma lacuna, pretendemos assim contribuir não só para a divulgação mas também para o incentivo dos nossos talentos...
Os "papelitos" do PNR em Sta Comba Dão

" Para que o mal floresça, é apenas necessário que os Homens de bem nada façam"
Edmund BurKe
Um dia da passada semana Sta Comba acordou surpreendida...
Tod@s tinhamos nas caixinhas do correio e nos carrinhos, os "angélicos" papelinhos do PNR.
Eu, pessoalmente, quando vi a cara assassina do leader dos nazi-fascistas, no papelinho, apanhei um susto...
O que é isto? Perguntei-me. Quer penetrar-me com o seu olhar luciferiano?
Depois, recuperei a calma, e pensei: "Deixa lá ler..."e olhem que isto para começar o dia é duro..
E então, ao que assisto eu estarrecida ? ( mas não surpreendida...) Apologias diversas e mensagens racistas, homofobas, xenofobia em todo o deu esplendor.., nacionalismo balofo..Em suma a apologia do nazi-fascismo! E tudo isto a par com com o " cândido" discurso da defesa do comércio tradicional... Que bonzinhos... Que doces criaturas...
"Grande investimento, Sta Comba, isto ainda é uma grande terra..." devem ter pensado os fascínoras ao procurarem aqui pouso...
Será por causa do " Museu salazarudo"?
Não é própriamente pelo facto de os "poderes autárquicos", não só o actual PSD/CDS, mas já o anterior liderado pelo PS local, pretenderem de uma forma inconsciente, investir num " museu.. casa... centros de estudos..." que grande confusão já trocam os pés pelas mãos e não sabem como lhe chamar... do fascista Salazar, que Sta Comba é uma mina de fascistas e salazarudos!
NÃO e NÃO!
Caros PNRs e afins, atenção, porque Sta Comba Dão, não é e não será nunca vosso território!
Não ao Nazi- Fascismo!
Beijinhos Revolucionários,
Clara Alexandre
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Em 9 de Outubro cumpre-se o quadragésimo aniversário do assassinato de Che Guevara pelo exército boliviano.

Em 1947, Ernesto entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires, motivado em primeiro lugar por sua própria doença, desenvolvendo logo um especial interesse pela lepra.
Em 1952, realiza uma longa jornada pela América do Sul com o melhor amigo, Alberto Granado, percorrendo 10.000 km em uma moto Norton 500, apelidada de 'La Poderosa'. Observam, se interessam por tudo, analisam a realidade com olho crítico e pensamento profundo. Os oito meses dessa viagem marcam a ruptura de Guevara com os laços nacionalistas e dela se origina um diário. Aliás, escrever diários torna-se um hábito para o argentino, cultivado até a sua morte. No Peru, trabalhou com leprosos e resolveu se tornar um especialista no tratamento da doença. Che saiu dessa viagem chocado com a pobreza e a injustiça social que encontrou ao longo do caminho e se identificou com a luta dos camponeses por uma vida melhor. Mais tarde voltou à Argentina onde completou seus estudos em medicina. Foi convocado para o exército, porém, no momento estava incompatibilizado com a ideologia peronista. Não admitia ter de defender um governo autoritário. Portanto, no dia da inspeção médica, tomou um banho gelado antes de sair de casa e na hora do exame teve um ataque de asma. Foi considerado inapto e dispensado. Já envolvido com a política, em 1953 viajou para a Bolívia e depois seguiu para Guatemala com seu novo amigo Ricardo Rojo. Foi lá que Guevara conheceu sua futura esposa, a peruana Hilda Gadea Acosta e Ñico Lopez, que, futuramente, o apresentaria a Raúl Castro no México. Na Guatemala, Arbenz Guzmán, o presidente esquerdista moderado, comandava uma ousada reforma agrária. Porém, os EUA, descontentes com tal ato que tiraria terras improdutivas de suas empresas concedendo-as aos famintos camponeses, planejou um golpe bem sucedido colocando no governo uma ditadura militar manipulada pelos yankees. Che ficou inconformado com a facilidade norte-americana de dominar o país e com a apatia dos guatemaltecos. A partir desse momento, se convenceu da necessidade de tomar a iniciativa contra o cruel imperialismo. Com o clima tenso na Guatemala e perseguido pela ditadura, Che foi para o México. Alguns relatos dizem que corria risco de vida no território guatemalteco, mas essa ida ao México já estava planejada. Lá lecionava em uma universidade e trabalhava no Hospital Geral da Cidade do México, onde reencontrou Ñico Lopez, que o levou para conhecer Raúl Castro. Raúl, que se encontrava refugiado no México após a fracassada revolução em Cuba em 1953, se tornou rapidamente amigo de Che. Depois, Raúl apresentou Che a seu irmão mais velho Fidel que, do mesmo modo, tornou-se amigo instantaneamente. Tiveram a famosa conversa de uma noite inteira onde debateram sobre política mundial e, ao final, estava acertada a participação de Che no grupo revolucionário que tentaria tomar o poder em Cuba. A partir desse momento começaram a treinar táticas de guerrilha e operações de fuga e ataque.
Em 25 de Novembro de 1956 os revolucionários desembarcam em Cuba e se refugiam na Sierra Maestra, de onde comandam o exército rebelde na bem-sucedida guerrilha que derrubou o governo de Fulgêncio Batista. Depois da vitória, em 1959, Che torna-se cidadão cubano e vira o segundo homem mais poderoso de Cuba. Marxista-leninista convicto, é apontado por especialistas como o responsável pela adesão de Fidel ao bloco soviético e pelo confronto do novo governo com os Estados Unidos. Guevara queria levar o comunismo a toda a América Latina e acreditava apaixonadamente na necessidade do apoio cubano aos movimentos guerrilheiros da região e também da África.
Da revolução em Cuba até sua morte, amargou três mal-sucedidas expedições guerrilheiras. A primeira na Argentina, em 1964, quando seu grupo foi descoberto e a maioria morta ou capturada. A segunda, um ano depois de fugir da Argentina, no antigo Congo Belga, mais tarde Zaire e atualmente República Democrática do Congo.
E por fim na Bolívia, onde acabaria executado. Sem a barba e a boina tradicionais, disfarçado de economista uruguaio, Che Guevara entrou na Bolívia em novembro de 1966. A ele se juntaram 50 guerrilheiros cubanos, bolivianos, argentinos e peruanos, numa base num deserto do Sudeste do país. Seu plano era treinar guerrilheiros de vários países para começar uma revolução continental. Guevara foi capturado em 8 de outubro de 1967. Passou a noite numa escola de La Higuera, a 50 quilômetros de Vallegrande, e, no dia seguinte, por ordem do presidente da Bolívia, general René Barrientos, foi executado com nove tiros numa escola na aldeia de La Higuera, no centro-sul da Bolívia, no dia seguinte à sua captura pelos rangers do Exército boliviano, treinados pelos Estados Unidos. Sua morte, no dia 9 de outubro de 1967, aos 39 anos, interrompeu o sonho de estender a Revolução Cubana à América Latina, mas não impediu que seus ideais continuassem a gozar de popularidade entre as esquerdas.
Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade do guerrilheiro. A confusão culminou no desaparecimento dos seus restos mortais, encontrados apenas em 1997, quando o mundo recordava os trinta anos de sua morte, sob o terreno do aeroporto de Vallegrande. O corpo estava sem as mãos, amputadas para reconhecimento poucos dias depois da morte, e contrabandeadas para Cuba.
Em 17 de Outubro de 1997, Che foi enterrado com pompas na cidade cubana de Santa Clara (onde liderou uma batalha decisiva para a derrubada de Batista), com a presença da família e de Fidel. Embora seus ideais sejam românticos aos olhos de um mundo globalizado, ele se transformou num ícone na história das revoluções do século XX e num exemplo de coerência política. Sua morte determinou o nascimento de um mito, até hoje símbolo de resistência para os países latino-americanos.
Texto retirado ( http://www.cheguevaradelaserna.hpgvip.ig.com.b/)
via resistir-sempre.blogspot.com
Discurso CHE GUEVARA na ONU
Discurso de Che Guevara em Havana sobre as questões económicas e as relações políticas e económicas com outros países
Homenagem a Che Guevara
Comandante Che Guevara - galeria de fotos e música de Silvio Rodrígues
Che Guevara – colagem de fragmentos de filmes
Debate organizado pelo Bloco de Esquerda em Viseu: " Saúde uma política sem remédio", com a presença de João Semedo
No próximo dia 10, quarta feira, terá lugar um debate organizado pelo Bloco de Esquerda com a presença de João Semedo. " Saúde: Uma política sem remédio", pelas 21.30h no Solar dos Peixotos,em Viseu. Dada a importância do tema apelamos à participação de tod@s.
Não vamos deixar a nossa saúde em mãos alheias...
Aparece!
Não vamos deixar a nossa saúde em mãos alheias...
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O desaparecimento "misterioso" do Durão Barroso aquando jovem e radical maoista do youtube
Numa das últimas entradas tinhamos publicado um video retirado do Youtube com o personagem Zé Manel do MRPP, aquando radical e jovem maoista. Misteriosamente o video foi retirado ás pressas do Youtube. Confirmem o sarilho no post " Durão Barroso e o ensino burguês Lol lol lol" de 4/10 neste mesmo blogue, e verifiquem a veracidade da informação, já lá não está...
É um bom motivo para denunciar esta censura. " Tão mentiroso hoje como ontem e infinitamente mais criminoso hoje", comenta o Diogo no blogue Sem Muros do Miguel Portas.
Felizmente o Rouxinol no mesmo blogue conseguiu fazer a recuperação do Video e aqui vai então para a posteridade... Grandes Mentirosos, esta cambada de neoliberais...
É um bom motivo para denunciar esta censura. " Tão mentiroso hoje como ontem e infinitamente mais criminoso hoje", comenta o Diogo no blogue Sem Muros do Miguel Portas.
Felizmente o Rouxinol no mesmo blogue conseguiu fazer a recuperação do Video e aqui vai então para a posteridade... Grandes Mentirosos, esta cambada de neoliberais...
domingo, 7 de outubro de 2007
Biocombustíveis piores que o petróleo
Biocombustíveis podem ser piores para o clima do que o petróleo
As dúvidas sobre o impacto positivo do uso de biocombustíveis crescem a cada dia que passa. Acusados de destruir as florestas tropicais e de contribuir para o aumento do preço dos alimentos, agora é a sua própria razão de ser que é posta em causa. Um estudo do Prémio Nobel da Química, Paul J. Crutzen, indica que estes podem ser piores para o clima do que os combustíveis fósseis.
A acusação não é nova. Já muitos fizeram as contas à energia gasta para os produzir, comparando-a com aquela que geram, concluindo que, nalguns casos, o balanço era negativo. Desta vez, Crutzen, do Instituto Max Planck de Química (Alemanha), com colegas americanos, austríacos e britânicos, avança que o óxido nitroso libertado pelo uso de fertilizantes nas culturas energéticas tem piores efeitos que os gases emitidos pelo uso de petróleo.
Segundo o estudo, publicado na revista Atmospheric Chemistry and Physics, a colza, muito usada na Europa para o biodiesel, e o milho, que nos EUA está na base do etanol, produzem entre 50 a 70 por cento mais gases com efeito de estufa do que os combustíveis fósseis. Isto por causa das emissões de óxido nitroso - um subproduto dos fertilizantes à base de nitrogénio usados na agricultura -, que tem 296 vezes mais potencial de aquecimento global que o dióxido de carbono.
A investigação liderada por Crutzen chega a resultados três a cinco vezes mais graves do que anteriores análises de ciclo de vida feitas sobre os biocombustíveis. Isto sem terem incluído nas contas a energia gasta para transformar os materiais agrícolas em combustíveis, sublinham os autores, que podem ainda tornar mais evidentes os efeitos negativos do seu uso.
De todos os materiais agrícolas usados na produção de biocombustíveis, o que continua a surgir como o que oferece mais benefícios é a cana-de-açúcar. Mas como estas culturas estão situadas nos trópicos, crescem os receios sobre o seu impacto em relação às florestas. Mesmo que não sejam as causadoras directas da destruição, são acusadas de, na ânsia de procurar novos terrenos, empurrar outras culturas, como a soja e as pastagens, para dentro da mancha verde.
Os autores aconselham a mais estudos sobre o ciclo de vida dos biocombustíveis e defendem que os cientistas e os agricultores devem apostar em culturas e métodos de cultivo menos intensivos. Mas, neste momento, tal como está a ser produzido, "o etanol feito a partir do milho não passa de um exercício inútil", disse um dos autores, Keith Smith, à Reuters.
A febre do etanol nos EUA está a atingir o seu pico, relata o New York Times. A corrida, com preços nunca vistos do milho e o aumento do preço dos alimentos, provocou excesso de oferta, que não encontra escoamento e está a pressionar os preços em baixa. O ritmo a que foram construídas as destilarias não foi acompanhado pela distribuição e a abundância de etanol no mercado assusta os investidores. O problema é que este biocombustível é corrosivo e permeável à água e impurezas, pelo que não pode ser distribuído pela rede de oleodutos, o que satura os outros meios de transporte, inundados pelo novo produto.
in Publico 2 de Setembro 2007
As dúvidas sobre o impacto positivo do uso de biocombustíveis crescem a cada dia que passa. Acusados de destruir as florestas tropicais e de contribuir para o aumento do preço dos alimentos, agora é a sua própria razão de ser que é posta em causa. Um estudo do Prémio Nobel da Química, Paul J. Crutzen, indica que estes podem ser piores para o clima do que os combustíveis fósseis.
A acusação não é nova. Já muitos fizeram as contas à energia gasta para os produzir, comparando-a com aquela que geram, concluindo que, nalguns casos, o balanço era negativo. Desta vez, Crutzen, do Instituto Max Planck de Química (Alemanha), com colegas americanos, austríacos e britânicos, avança que o óxido nitroso libertado pelo uso de fertilizantes nas culturas energéticas tem piores efeitos que os gases emitidos pelo uso de petróleo.
Segundo o estudo, publicado na revista Atmospheric Chemistry and Physics, a colza, muito usada na Europa para o biodiesel, e o milho, que nos EUA está na base do etanol, produzem entre 50 a 70 por cento mais gases com efeito de estufa do que os combustíveis fósseis. Isto por causa das emissões de óxido nitroso - um subproduto dos fertilizantes à base de nitrogénio usados na agricultura -, que tem 296 vezes mais potencial de aquecimento global que o dióxido de carbono.
A investigação liderada por Crutzen chega a resultados três a cinco vezes mais graves do que anteriores análises de ciclo de vida feitas sobre os biocombustíveis. Isto sem terem incluído nas contas a energia gasta para transformar os materiais agrícolas em combustíveis, sublinham os autores, que podem ainda tornar mais evidentes os efeitos negativos do seu uso.
De todos os materiais agrícolas usados na produção de biocombustíveis, o que continua a surgir como o que oferece mais benefícios é a cana-de-açúcar. Mas como estas culturas estão situadas nos trópicos, crescem os receios sobre o seu impacto em relação às florestas. Mesmo que não sejam as causadoras directas da destruição, são acusadas de, na ânsia de procurar novos terrenos, empurrar outras culturas, como a soja e as pastagens, para dentro da mancha verde.
Os autores aconselham a mais estudos sobre o ciclo de vida dos biocombustíveis e defendem que os cientistas e os agricultores devem apostar em culturas e métodos de cultivo menos intensivos. Mas, neste momento, tal como está a ser produzido, "o etanol feito a partir do milho não passa de um exercício inútil", disse um dos autores, Keith Smith, à Reuters.
A febre do etanol nos EUA está a atingir o seu pico, relata o New York Times. A corrida, com preços nunca vistos do milho e o aumento do preço dos alimentos, provocou excesso de oferta, que não encontra escoamento e está a pressionar os preços em baixa. O ritmo a que foram construídas as destilarias não foi acompanhado pela distribuição e a abundância de etanol no mercado assusta os investidores. O problema é que este biocombustível é corrosivo e permeável à água e impurezas, pelo que não pode ser distribuído pela rede de oleodutos, o que satura os outros meios de transporte, inundados pelo novo produto.
in Publico 2 de Setembro 2007
BLOCO PROPÕE MORATÓRIA SOBRE TRANSGÉNICOS
sábado, 6 de outubro de 2007
Desfalque na Sta Casa da Misericórdia de Sta Comba Dão

O Conselho Fiscal da Sta Casa da Misericórdia de Sta Comba Dão, segundo lemos no Voz do Dão, denunciou já ao Ministério Público todas as práticas ilícitas, encontrando-se todo o processo judicial em fase de inquérito.
A Direcção da Sta Casa da Misericórdia terá também, e segundo a mesma fonte, mandatado um advogado para tratar deste processo.
Pois é... lamentamos profundamente este facto, e que existam pessoas que se aproveitam das parcas verbas dos nossos idosos para seu proveito e luxos pessoais.
Também temos conhecimento que há cerca de quatro anos atrás uma cidadã de Sta Comba, com formação própria nesta área, se ofereceu para dar apoio em regime de voluntariado a esta Instituição, nos seus tempos livres. Apresentou inclusivé um projecto, por escrito, do que se propunha efectuar para dar "um pouco mais de cor" à vida dos idosos daquela Instituição.
Foi-lhe então na altura respondido, pela Direcção em exercício, e por carta ( a qual a referida cidadã nos fez chegar, caso restem duvidas..), que a sua colaboração, a título inteiramente voluntário, não era oportuna...
Também nos foi referido a forma como as técnicas deste Instituição tentaram desmotivar a cidadã que num gesto de solidariedade estava a oferecer os seus préstimos.
E é assim que os interesses dos Idosos ali institucionalizados são acautelados..
Nem sequer colaboração especializada a título gratuito aceitam.. porque será?
Tudo em prol dos que se servem e aproveitam...
Que vergonha!
Estamos atentos, meus senhores!
FESTIVAL DE JAZZ na ACERT
A ACERT organiza este ano mais um excelente festival de Jazz, o " Jazz in Tondela". Amanhã poderá assistir ao espectáculo de Richard Bona, considerado um dos maiores baixistas do Mundo.
Não perca!
Entretanto fique com um dueto fantástico: Richard Bona e Bobby Mcferrin
Não perca!
Entretanto fique com um dueto fantástico: Richard Bona e Bobby Mcferrin
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Portugal vive em recessão há quase seis anos e arrisca-se a prolongá-la

A crise financeira está a afectar a economia mundial e não se sabe ainda qual a repercussão que virá a ter na economia real e na vida das pessoas.As características desta crise financeira, a sua relação com a globalização neoliberal e as repercussões que poderá vir a ter na Europa e em Portugal foram o tema para esta entrevista a João Rodrigues e Nuno Teles, jovens economistas, licenciados no ISEG e investigadores no ISCTE.Entrevista de Carlos Cerqueira e Carlos Santos, leia no Esquerda 23, de Outubro de 2007

Que crise é esta e qual a relação com esta globalização?
JR - Esta crise teve origem nos Estados Unidos, numa parte do mercado imobiliário. Percebermos os mecanismos que dão origem a esta crise e os mecanismos da sua difusão por toda a economia global é tentarmos perceber a configuração do actual processo de globalização neoliberal.
Esta não é a primeira crise. O processo de globalização neoliberal desde os anos 80 é marcado por sucessivos episódios de instabilidade financeira, que ocorrem um pouco por toda a economia global, nomeadamente nas periferias.
Esta crise surge e atinge hoje o centro nevrálgico da economia global, a economia norte-americana. Um dos factores de incerteza deriva de uma das características do processo de globalização neoliberal: apesar de tudo, os EUA têm sido capazes de ir gerindo os sucessivos episódios de instabilidade financeira.
A intervenção maciça da Reserva Federal (Fed - banco central americano), seguida também pela intervenção do Banco Central Europeu (BCE), revelam que um dos elementos centrais do modelo neoliberal de globalização tem sido a capacidade dos governos e das políticas económicas de irem gerindo nos países centrais as consequências da crise, fazendo com que ela se repercuta sobre outros países ou sobre os sectores sociais mais frágeis e mais vulneráveis.
De que forma é que podemos caracterizar então esta liberalização?
NT - Os mercados financeiros são o pivot do actual processo de globalização, são os mercados que estão mais integrados do ponto de vista global. No entanto, nós não estamos, e isso é a mistificação da globalização, perante um mercado global. Estamos perante vários mercados internacionais, altamente integrados. E esta globalização é não só assimétrica, como é altamente hierarquizada, as consequências da crise são muito mais duras e perversas na periferia.
Estamos com o principal mercado em crise, como estes mercados são muito integrados havia investidores, bancos europeus, que estavam implicados na actual crise do subprime nos EUA. Portanto, há logo um efeito de contágio dos mercados financeiros europeus, mas são os mercados ditos emergentes, da periferia, que mais oscilam, aqueles em que as perdas são maiores.
Podemos então dizer que continuamos a ter o desenvolvimento desigual e combinado a nível da economia?
JR - O conceito de desenvolvimento desigual continua a ser um conceito muito interessante para ler a economia global como uma totalidade hierarquizada. Ou seja, como um conjunto de países, de Estados-nação que estão imbricados, mas em que nos processos de imbricação alguns Estados têm a capacidade de impor sobre outros determinado tipo de processos.
O epicentro desta crise surge no mercado subprime, que é uma zona do mercado de crédito imobiliário destinado às famílias de menores rendimentos. São os sectores mais pobres dos Estados Unidos, os que têm sentido com mais intensidade todo o processo de compressão da massa salarial e de deterioração relativa das condições de vida. Os bancos concedem crédito a estes sectores e têm a capacidade de, com as hipotecas que concedem, titularizar estes créditos ou seja de construir produtos financeiros, a partir destes créditos, que são muito arriscados, mas ao mesmo tempo podem exibir, desde que os bancos consigam que as famílias vão pagando as suas dívidas, altos níveis de rendibilidade.
Os bancos exibem uma espécie de miopia face ao desastre, concedem créditos a actores com poucas capacidades de os vir a reembolsar integralmente, constroem produtos a partir destes créditos, quando surge um episódio que põe em causa esta construção, assistimos ao processo de esfarelamento em que estes mecanismos se revelam altamente precários e ilusórios e ao mesmo tempo extremamente opacos. Aos momentos de euforia seguem-se momentos de pânico agudo, o que acentua a baixa e o colapso dos activos.
NT - Os mercados são míopes e também sofrem de amnésia. As crises têm vindo a repetir-se, o número delas tem aumentado, mas o que estamos hoje a assistir é ao prolongamento de uma bolha especulativa que foi substituída por outra, o que aumentou o risco de contágio à economia real.
Durante os anos 90 tivemos um crescimento económico nos EUA à volta das ".com", das acções do sector tecnológico. Essas acções dispararam em bolsa e este aumento ilusório de riqueza foi a base para o endividamento e por consequência para o crescimento do consumo e da economia norte-americana.
Em 2001, quando esta bolha especulativa rebenta, a Fed baixa as taxas de juro, conseguiu amortecer uma crise séria, a bolha foi esvaziada mas não totalmente. Foi substituída por outra, a baixa das taxas de juro permitiu uma explosão no mercado imobiliário.
A grande novidade para mim nesta crise é que ela acontece num momento em que a economia norte-americana cresce, num momento em que as taxas de desemprego são bastante baixas.
JR - Os Estados Unidos, pelo facto de serem a potência dominante na economia global, dominante a vários níveis nomeadamente militar, e porque têm a moeda de reserva e transacção que é o dólar, conseguem acumular desequilíbrios, que outras economias não aguentariam. Os EUA cresceram muito, baseados na disponibilidade do resto do mundo em canalizar poupanças e alimentar crédito para a economia norte-americana.
A economia norte-americana tem inúmeras fragilidades internas, que são também fragilidades do país que levou mais longe o modelo neoliberal de desenvolvimento. Em primeiro lugar um crescimento assente numa brutal contracção da massa salarial, numa brutal contracção das condições de vida de uma parte substancial da população norte-americana. Depois, uma economia em que essa contracção salarial é compensada pelo incitamento à contracção de dívidas.
De que forma é que nós poderemos encarar a baixa da taxa de juro pelo banco central dos Estados Unidos? É a continuação do problema ou a crise está a começar a ser ultrapassada?
NT - Quanto a saber se a crise está a ser ultrapassada ou não, ninguém sabe. A Fed fez o que tinha que fazer. Numa situação em que a crise financeira estava à porta, baixaram a taxa de juros. Os mercados financeiros funcionam à base de crédito, qualquer mexida na taxa de juro, mesmo que muito pequena, é alavancada. Da mesma forma que a Fed tinha baixado a taxa de juro, aquando da crise no mercado bolsista à volta das acções do sector tecnológico, agora estão a aplicar basicamente a mesma receita.
De que forma é que na Europa esta crise poderá ter implicações?
JR - Um dos episódios da crise é quando uns fundos de investimento dum banco francês declaram problemas e o banco é obrigado a encerrá-los, o que mostra a exposição de muitos bancos europeus ao problema nos Estados Unidos.
Aqui vemos a diferença entre a Europa e os EUA. Enquanto os norte-americanos têm um discurso e práticas muito liberais, a verdade é que do ponto de vista da utilização do que os economistas chamam instrumentos discricionários da política económica (descida das taxas de juro, utilização dos défices por via do investimento militar, mas podia ser por outro tipo de investimento público) os americanos são muito pragmáticos. A manutenção da estabilidade, do crescimento do sistema e até da criação de emprego é uma prioridade, enquanto que na Europa o BCE e os poderes públicos europeus estão presos a uma ortodoxia financeira que os norte-americanos aparentemente seguem em palavras, mas não seguem na prática.
NT - Às vezes as crises têm vantagens. A partir do momento em que entrámos no euro um dos instrumentos dos Estados parecia ter desaparecido: a política monetária. Hoje a política monetária volta a estar no centro da discussão, espero que seja o início de uma inversão da actual política monetária que está praticamente focada só no combate à inflação e as preocupações com o crescimento económico são secundárias.
Há um exemplo fora da Europa sobre a necessidade de regulação dos mercados financeiros e sobre o papel da política monetária que é o da China, que não foi afectada por esta crise, porque os seus mercados financeiros são altamente regulados.
Falando de Portugal, de forma é que esta crise virá a afectar os portugueses, numa altura em que se acentua cada vez mais o endividamento das famílias?
NT - Uma das consequências mais imediatas tem a ver com esta contracção do crédito nos mercados internacionais que nos afecta directamente. Os bancos vão exigir mais garantias na concessão do crédito e os prémios de risco que cobram, os spreads, provavelmente vão aumentar, portanto o crédito será mais difícil e será mais caro. E isto não só afecta directamente a vida das pessoas, como acaba por afectar a economia real e as perspectivas de crescimento económico.
JR - A economia portuguesa é particularmente vulnerável. Portugal passou por este processo de expansão da economia global dos últimos anos sem beneficiar dela, em termos de criação de emprego, de crescimento económico, de aumentos de produtividade. Estamos com muito pouca folga para ter margem de manobra para fazer face a uma situação de desaceleração das principais economias.
Por exemplo, se a economia espanhola entrar num processo de desaceleração pode ficar comprometida uma das principais vias na qual o governo apostou muito: que é a promoção de um crescimento por via do aumento da procura externa, da promoção das exportações, com contracção da procura interna e do investimento em Portugal.
E quais as medidas que deviam ser tomadas?
JR - A condução da política económica em Portugal está hoje manietada pelas opções, pelos compromissos e pelas ideias que são dominantes. Em Portugal predomina a ortodoxia que faz do equilíbrio das contas públicas a principal missão dos poderes públicos. Os limites deste tipo de ortodoxia são postos em causa precisamente quando surge uma crise. Porque uma crise apela e convoca a ideia de que os poderes públicos têm de fazer qualquer coisa. E fazer qualquer coisa em Portugal é hoje extremamente difícil pelas opções que foram tomadas.
Enquanto se mantiver esta ideia de que o papel do governo é controlar o défice público, enquanto se mantiver uma atitude laxista, em Portugal e na Europa, face à banca e ao sector financeiro, os governos são parte do problema e nunca parte da solução.
Daí que seja interessante que vozes até na direita do espectro político europeu, como a do presidente Sarkozy, percebam que os défices são para ser utilizados em situações de crise. A França está mais uma vez a não cumprir. Mandou o pacto para o caixote do lixo, que é onde ele deve estar. Põe em causa o BCE e bem. Enquanto em Portugal o governo insiste na manutenção de um estado de coisas que já se provou que só conduz à estagnação e ao desemprego.
Então a inevitabilidade desta situação tem alternativas...
NT - Tem e acho que passa muito pelo palco europeu. A revisão do pacto de estabilidade que limita a nossa capacidade de reagir aos ciclos económicos. A redefinição do papel do BCE, que está subjugado à ortodoxia monetária, obcecado pela inflação o que depois tem resultados graves sobre a economia europeia nomeadamente com a valorização do euro, que prejudica as exportações.
No caso de Portugal é ainda mais grave. Vivemos em recessão há quase seis anos e arriscamo-nos agora a continuar em recessão, a prolongar este longo período difícil para o país. Portugal foi penalizado pela inserção assimétrica que houve na Europa. Ainda recentemente um estudo da OCDE dizia que Portugal é o país da EU que mais tem a perder com a liberalização dos mercados internacionais, porque concorremos, ao contrário de países como a França ou a Alemanha, directamente com os mesmos sectores dos mercados dos países emergentes. Portugal tem que exigir políticas de coesão.
Toda a política económica europeia tem de ser revista, temos de ter políticas de coesão reais, redistributivas entre os diferentes países da UE.
JR - Acho muito importante em termos de política reintroduzir palavras que graças à hegemonia neoliberal durante demasiado tempo se tornaram malditas: controlo de capitais, taxação dos fluxos financeiros, regulação da construção e do sector imobiliário, bancos públicos. A existência de bancos públicos, por exemplo, é um elemento central para dar estabilidade ao sistema, para instaurar mecanismos de concessão de crédito, que alimentam determinados tipos de investimento.
Política económica activa, uma política monetária orientada para o crescimento e para o pleno emprego, controlo da esfera financeira pelo poder político nacional, europeu e internacional são elementos de uma agenda que a esquerda tem que colocar nos diversos palcos.
Amnistia lança apelo contra a injecção letal

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França: Comité de Ética adverte contra testes de ADN

O comité é um órgão independente que tem por missão dar pareceres sobre problemas éticos. Composto de 40 pessoas, entre médicos, filósofos, juristas, representantes de comunidades religiosas. É presidido pelo professor de Medicina Didier Sicard.
Segundo o parecer, a inscrição na lei de uma identificação biológica reservada apenas aos estrangeiros faz da filiação genética um factor determinantes "em contradição com o espírito da lei francesa". Por outro lado, o parecer teme que o recurso a dispositivos como este tenha por efeito uma "banalização" da identificação genética, com os riscos inerentes de discriminação, e deplora a presunção de fraude que implica este recurso ao teste genético.
"Os nossos concidadãos compreenderiam melhor a realidade exacta destas questões se fossem confrontados a exigências análogas quando fossem pedir vistos", sublinha o parecer. O comité recorda que "numerosas famílias francesas testemunham da relatividade deste critério, famílias recompostas depois de divórcios, crianças adoptadas, crianças nascidas em partos mantidos secretos".
De uma maneira geral, o comité chama a atenção para o perigo de se tornar a verdade biológica como o último árbitro em questões que dizem respeito à identidade social e cultural, alertando para a possibilidade de se generalizarem tais identificações genéticas que, a termo, podem tornar-se atentatórias às liberdades individuais.
Linhas de alta tensão: pela defesa da saúde e do ambiente
Nos últimos tempos têm-se agudizado os protestos das populações contra as intenções da Rede Eléctrica Nacional (REN) em instalar linhas eléctricas de alta e muito alta tensão em zonas urbanas e junto a habitações. Os riscos para a saúde pública, a desvalorização patrimonial e os danos ambientais são as suas principais preocupações.
Assistimos a uma mobilização fortíssima frente às instalações da REN, promovida pela população de Vale de Fuzeiros, a que juntaram comissões de moradores do concelho de Sintra, movimentos cívicos e outras pessoas na partilha das mesmas preocupações.
Em Vale de Fuzeiros, concelho de Silves, reivindica-se a revisão do traçado da linha de Alta Tensão a instalar entre Portimão e Silves, cuja proximidade do núcleo urbano não é aceite pela população local. O traçado da linha de alta tensão entre Fanhões e Trajouce, atravessando uma mancha urbana densamente povoada nos concelhos da Amadora, Sintra e Cascais, é também alvo de forte contestação. E tem sido esta última que tem levantado a polémica dos últimos dias.
O Supremo Tribunal Administrativo (STA) recusou o recurso da REN sobre a decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) em suspender a linha entre Fanhões e Trajouce. Os juízes quiseram salvaguardar "os direitos difusos ao ambiente e à saúde" e a decisão do STA afirma que "decorre do simples bom senso que não é indiferente ter a menos de 25 metros de prédios de habitação um simples candeeiro ou uma linha de muito alta tensão".
Surpreendentemente, a REN acha que não tem de cumprir as decisões judiciais e recusa-se a desligar a rede. É de uma extrema arrogância. E as posições dos Ministros da Economia, do Ambiente e da Saúde são de assobiar para o lado perante esta atitude da REN e as preocupações legítimas das populações.
O presidente da REN na defesa da sua posição opta pelo falso alarmismo: desligar a linha seria colocar em risco o abastecimento de electricidade a 300 mil pessoas, incluindo hospitais, a circulação ferroviária de Cascais e várias embaixadas e a residência oficial do Presidente da República (!). E exime-se de quaisquer responsabilidades perante os riscos para a saúde pública da exposição às radiações: os limites legais estão a ser respeitados e, por isso, não tem de ter em consideração as preocupações das populações. Esta é realmente a "linha da prepotência" como alguém já a chamou.
O Ministro da Economia não presta declarações, virando as costas às perguntas dos jornalistas. O Ministro da Saúde diz que não há riscos para a saúde pública porque as restrições legais vigentes em Portugal de exposição humana às radiações electromagnéticas estão a ser cumpridas. O Ministro do Ambiente diz que o assunto não é consigo, arriscando a defesa de que hoje é "claramente maioritária" a opinião dos especialistas que recusam o impacto na saúde das linhas de alta tensão.
Quando nos últimos anos se tem produzido uma evidência científica clara de que certos níveis de exposição à radiação podem estar associados a vários efeitos adversos para a saúde pública, sobretudo na incidência de leucemia infantil, estranhamos estas declarações. É o contrário do que afirma, Sr. Ministro do Ambiente!
Já em 2001 a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, pertencente à Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou que há uma associação muito consistente entre a duplicação do risco de leucemia infantil e campos magnéticos superiores a 0.4 µT". A legislação portuguesa prevê um limite de exposição de 100 µT, ou seja, 250 vezes superior. E se considerarmos que já muitos estudos recentes apontam para o estabelecimento de limites inferiores a 0.2 µT, como é aplicado na Suécia, então estamos a falar de um nível 500 vezes superior.
Perante estas evidências torna-se ainda mais urgente reclamar a aplicação do princípio da precaução. Por isso, o Bloco apresentou hoje na Assembleia da República um Projecto-Lei que "Garante o Princípio da Precaução Face às Radiações Provenientes de Campos Electromagnéticos produzidos pelas Linhas e Instalações Eléctricas de Alta Tensão". Proteger a saúde pública seguindo as recomendações científicas mais recentes, bem como salvaguardar o ambiente e o património, são os nossos objectivos. Prosseguir a luta contra a prepotência do facilitismo e do lucro fácil junto das populações continuará a ser a nossa atitude.
Rita Calvário
www.esquerda.net
Assistimos a uma mobilização fortíssima frente às instalações da REN, promovida pela população de Vale de Fuzeiros, a que juntaram comissões de moradores do concelho de Sintra, movimentos cívicos e outras pessoas na partilha das mesmas preocupações.
Em Vale de Fuzeiros, concelho de Silves, reivindica-se a revisão do traçado da linha de Alta Tensão a instalar entre Portimão e Silves, cuja proximidade do núcleo urbano não é aceite pela população local. O traçado da linha de alta tensão entre Fanhões e Trajouce, atravessando uma mancha urbana densamente povoada nos concelhos da Amadora, Sintra e Cascais, é também alvo de forte contestação. E tem sido esta última que tem levantado a polémica dos últimos dias.
O Supremo Tribunal Administrativo (STA) recusou o recurso da REN sobre a decisão do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) em suspender a linha entre Fanhões e Trajouce. Os juízes quiseram salvaguardar "os direitos difusos ao ambiente e à saúde" e a decisão do STA afirma que "decorre do simples bom senso que não é indiferente ter a menos de 25 metros de prédios de habitação um simples candeeiro ou uma linha de muito alta tensão".
Surpreendentemente, a REN acha que não tem de cumprir as decisões judiciais e recusa-se a desligar a rede. É de uma extrema arrogância. E as posições dos Ministros da Economia, do Ambiente e da Saúde são de assobiar para o lado perante esta atitude da REN e as preocupações legítimas das populações.
O presidente da REN na defesa da sua posição opta pelo falso alarmismo: desligar a linha seria colocar em risco o abastecimento de electricidade a 300 mil pessoas, incluindo hospitais, a circulação ferroviária de Cascais e várias embaixadas e a residência oficial do Presidente da República (!). E exime-se de quaisquer responsabilidades perante os riscos para a saúde pública da exposição às radiações: os limites legais estão a ser respeitados e, por isso, não tem de ter em consideração as preocupações das populações. Esta é realmente a "linha da prepotência" como alguém já a chamou.
O Ministro da Economia não presta declarações, virando as costas às perguntas dos jornalistas. O Ministro da Saúde diz que não há riscos para a saúde pública porque as restrições legais vigentes em Portugal de exposição humana às radiações electromagnéticas estão a ser cumpridas. O Ministro do Ambiente diz que o assunto não é consigo, arriscando a defesa de que hoje é "claramente maioritária" a opinião dos especialistas que recusam o impacto na saúde das linhas de alta tensão.
Quando nos últimos anos se tem produzido uma evidência científica clara de que certos níveis de exposição à radiação podem estar associados a vários efeitos adversos para a saúde pública, sobretudo na incidência de leucemia infantil, estranhamos estas declarações. É o contrário do que afirma, Sr. Ministro do Ambiente!
Já em 2001 a Agência Internacional de Pesquisa sobre o Cancro, pertencente à Organização Mundial de Saúde (OMS), considerou que há uma associação muito consistente entre a duplicação do risco de leucemia infantil e campos magnéticos superiores a 0.4 µT". A legislação portuguesa prevê um limite de exposição de 100 µT, ou seja, 250 vezes superior. E se considerarmos que já muitos estudos recentes apontam para o estabelecimento de limites inferiores a 0.2 µT, como é aplicado na Suécia, então estamos a falar de um nível 500 vezes superior.
Perante estas evidências torna-se ainda mais urgente reclamar a aplicação do princípio da precaução. Por isso, o Bloco apresentou hoje na Assembleia da República um Projecto-Lei que "Garante o Princípio da Precaução Face às Radiações Provenientes de Campos Electromagnéticos produzidos pelas Linhas e Instalações Eléctricas de Alta Tensão". Proteger a saúde pública seguindo as recomendações científicas mais recentes, bem como salvaguardar o ambiente e o património, são os nossos objectivos. Prosseguir a luta contra a prepotência do facilitismo e do lucro fácil junto das populações continuará a ser a nossa atitude.
Rita Calvário
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Aumenta a contestação às Linhas de Alta Tensão

Porto: processo de concessão do Rivoli foi ilegal

À rádio TSF, Carlos Costa, da Plateia, disse que o autarca não reagiu de boa fé e por isso defende que é preciso tomar medidas mais drásticas: "Vamos fazer chegar ao tribunal as declarações do presidente da Câmara em que fica claro que ele sente uma indiferença completa em relação ao poder judicial e entende que chamando um nome diferente pode manter uma situação de facto", afirmou.
Em comunicado, a Plateia já se tinha mostrado indignada com a reacção do autarca que acusa de ter um "desprezo pelo poder judicial e pelos mecanismos próprios do Estado de Direito".
A decisão do tribunal surge depois da acção cautelar de suspensão da concessão do Rivoli a Filipe La Féria interposta pela Plateia em 20 de Janeiro.
João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda, disse que "esta deliberação vai de encontro às nossas expectativas, na medida que sempre fomos muito críticos da decisão da concessão do Teatro Rivoli, nomeadamente aos procedimentos e modalidades que a precederam".
Semedo disse que, face à decisão judicial, "a Câmara Municipal do Porto tem agora uma oportunidade para assumir um comportamento democrático e transparente, de forma ao Rivoli poder continuar, de forma justa, o seu importante papel cultural na cidade, um desígnio para o qual foi reconstruído, com fundos municipais".
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Desemprego continua a subir em Portugal

O aumento da taxa de desemprego em Portugal é contrário à tendência verificada no conjunto da União Europeia. Apenas três Estados-membros registaram um crescimento do desemprego quando comparado com Agosto de 2006: Portugal, Irlanda e Luxemburgo. Nos restantes 24 Estados-membro, o desemprego baixou entre Agosto de 2006 e 2007. Com este comportamento, Portugal afasta-se cada vez mais dos padrões dos parceiros da UE.
Face a Julho, a taxa de desemprego média manteve-se estável na Zona Euro, em 6,9%, e baixou na UE a 27 para 6,7%, contra 6,8%. Um ano antes era de 7,8% em ambas as zonas.
Na comparação mensal, Portugal tem um agravamento da taxa de desemprego para 8,3% contra 8,2% no mês anterior.
O Eurostat diz que 15,8 milhões de homens e mulheres estavam desempregados em Agosto de 2007 na UE-27, dos quais 10,3 milhões na zona Euro. Em Agosto de 2006, eram 18,3 milhões, dos quais 11,6 milhões na zona Euro.
Em Agosto deste ano, a taxa de desemprego nos Estados Unidos era de 4,6% e no Japão 3,8%.
Diante destes dados, o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, diz que o problema do desemprego em Portugal "não está ultrapassado, mas estabilizado".
Radiohead vendem CD na Net sem fixar preço

Os Radiohead não assinaram contrato com qualquer empresa discográfica e o próprio grupo irá gerir as vendas. O download poderá ser feito a partir do dia 10 de Outubro. O site da banda, em http://www.inrainbows.com/, já aceita encomendas.
No meio da crise da indústria discográfica, a decisão da banda mostra uma via alternativa de comercialização do trabalho dos artistas. Críticos musicais disseram ao El País que os Radiohead não deverão ter problemas na iniciativa, devido à sua sólida base de fãs. O redactor-chefe da revista musical Q , Gareth Grudy, prevê que, se a experiência resultar, outras bandas vão seguir o exemplo.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
PETIÇÃO

CLICA NO LINK ABAIXO E ASSINA UMA PETIÇÃO APELANDO À COMUNIDADE INTERNACIONAL NO SENTIDO DE FAZER PARAR OS CRIMES DA DITADURA MILITAR DA BIRMÂNIA
http://www.avaaz.org/en/stand_with_burma/t.php?cl=21396880
Os 10 sítios mais poluídos do mundo

O Blacksmith Institute é uma organização especializada no apoio a estudos e a projectos relacionados com os impactos ambientais e sociais provocados pela poluição resultante da actividade humana. Esta semana, o Blacksmith Institute lançou o seu relatório anual: "Os sítios mais poluídos do mundo". Numa altura em que as preocupações ecológicas foram desviadas para os grandes problemas globais (ex: penúria de água potável, alterações do clima, segurança energética, etc.) este relatório remete-nos para problemas ecológicos típicos do século XX, descrevendo e analisando regiões que do ponto de vista civilizacional ainda não transitaram para o século XXI.Artigo de Rui Curado Silva, investigador no Departamento de Física da Universidade de Coimbra
No referido relatório é dado especial destaque aos 10 sítios mais poluídos do mundo:
- Sumgayit, Azerbeijão (causas: complexos industriais e petroquímica);
- Linfen, China (indústria e trânsito);
- Tianying, China (indústria);
- Sukinda, Índia (minas);
- Vapi, Índia (indústria);
- La Oroya, Peru (minas);
- Dzerzhinsk, Rússia (indústria química);
- Norilsk, Rússia (minas);
- Chernobyl, Ucrânia (acidente num reactor nuclear);
- Kabwe, Zâmbia (minas);
Em metade dos 10 locais constantes da lista do Blacksmith Institute a poluição tem origem em actividades industriais, em quatro casos está ligada à exploração de minas e num caso foi originada por um acidente numa central nuclear, o conhecido caso de Chernobyl. Sete dos sítios desta lista pertencem ao grupo de países mais populosos do mundo.
No entanto, o referido relatório estende a sua análise até aos 30 sítios mais poluídos do mundo. O padrão de poluição de todos os sítios estudados mostra uma claríssima relação com a exploração intensiva de minérios e com a actividade industrial em países altamente populosos e com taxas de crescimento anual muito elevadas. Se não for radicalmente alterado o ritmo a que estes países produzem bens de consumo e exploram os seus recursos naturais, bem como se nada for feito para alterar os hábitos de consumo dos países ocidentais que compram as matérias-primas e os produtos oriundos da indústria dos países em questão, estaremos todos a contribuir para criar regiões de forte degradação ambiental onde a poluição produz efeitos mortais imediatos.
As regiões afectadas serão quase sempre aquelas onde as populações são pobres, exploradas e com muito pouca capacidade para lutar contra os grupos de interesse que gerem minas e a indústria poluente.
UMA SEPULTURA EM LONDRES de Jorge de Sena

No frio e no nevoeiro de Londres
numa daquelas casas que são todas iguais,
debruça-se sobre todas as dores do mundo,
desde que no mundo houve escravos.
As dores são iguais como aquelas casas
modestas, de tijolo, fumegando sombrias, solitárias.
Os escravos são todos iguais também:
De Ramsés II, de Cleópatra, dos imperadores Tai-Ping,
de Assurbanípal, do Rei David, do infante
D. Henrique, dos Sartoris de Memphis, dos
civilizados barões do imperador D. Pedro II.
Ou das «potteries», ou da Silésia, de África,
da Rússia. (E o coronel Lawrence da Arábia
chegou mesmo a filosofar sobre a liberdade moral
dos jovens escravos com quem dormia.)
No frio inenarrável das eras e das gerações de escravos,
que nenhuma lareira aquece no seu coração,
escreve artigos, panfletos, lê interminavelmente,
e toma notas, historiando infatigavelmente
até à morte. Mas o coração, esmagado
pelo amor e pelos números, pelas censuras
e as perseguições, arde, arde luminoso
até à morte. - Eu quero ver publicadas
as suas obras completas - diz-lhe o discípulo.
- Também eu - responde. E, olhando as montanhas
de papéis, as notas e os manuscritos, acrescenta com
esperança e amargura - Mas é preciso
escrevê-las primeiro -.
Como têm sido escritas e reescritas! Como
Não têm sido lidas. Mas importa pouco.
Naquela noite - creiam - a neve inteira
derreteu em Londres. E houve mesmo
um imperador que morreu afogado
em neve derretida. Os imperadores, em geral,
libertam os escravos, para que eles fiquem mais baratos,
e possam ser alugados sem responsabilidade alguma.
O coronel Lawrence (como anotámos acima), com os seus jovens escravos,
também tinha um contrato de trabalho. Mais tarde,
criou-se mesmo a previdência social.
No frio e no nevoeiro de Londres, há, porém,
um lugar tão espesso, tão espesso,
que é impossível atravessá-lo, mesmo sendo
o vento que derrete a neve. Um lugar
ardente, porque todos os escravos, desde sempre todos
aqueles cuja poeira se perdeu - ó Spartacus -
lá se concentram invisíveis mas compactos,
um bastião de amor que nunca foi traído,
porque não há como desistir de compreender o
mundo. Os escravos sabem que só podem
transformá-lo.
Que mais precisamos de saber?
1962
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