domingo, 16 de setembro de 2007

Viseu: Movimentos cívicos e de utentes unidos na defesa da saúde do distrito

Nelas, Viseu, 13 Set (Lusa) - O representante do Movimento Cívico de Nelas, António Minhoto, anunciou quarta-feira que os movimentos cívicos e de utentes de Viseu decidiram unir-se pela defesa da saúde do distrito.
De acordo com António Minhoto, "não faz sentido haver vários movimentos".
"Como lutamos todos pelo mesmo, a ideia é defendermos em conjunto os serviços de saúde do distrito. Foi fácil unirmo-nos, pois ninguém quer dirigir ninguém. Somos todos pela defesa da saúde", adiantou à agência Lusa no final de uma reunião que decorreu quarta-feira à noite no Edifício Multiusos de Nelas, António Minhoto.
Os movimentos cívicos e de utentes de Viseu, que se reuniram pela primeira vez para analisar a situação da saúde no distrito, apresentaram as preocupações dos concelhos que representam, nomeadamente o caso de Nelas, onde "a situação piorou, apesar das muitas promessas que foram sendo feitas".
Segundo o representante do Movimento Cívico de Nelas, "deveriam estar nove médicos a servir este concelho", mas "neste momento estão apenas cinco".
"Dizem que não nos fecham os centros de saúde, mas calmamente vão retirando médicos e meios", alegou.
António Minhoto acredita que "pretendem empurrar" a população para o Hospital de Viseu, mas este "está esgotado", referiu.
"Não se devem entupir os Serviços de Urgência deste hospital, com casos de pequenas doenças, que devem ser entregues aos centros de saúde", defendeu.
Sobre o aumento de benefícios fiscais para empresas do interior, considera "contraditório ouvir o anúncio deste tipo de medidas, para fixar pessoas, e depois fecharem centros de saúde".
"Que empresa pensa em fixar-se num sítio onde não há centro de saúde por perto?", questionou.
António Vilarigues, do Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde Pública de Penalva do Castelo, alertou para o facto de "muitos utentes se sentirem desamparados".
No caso de Penalva do Castelo, "curiosamente a população aumenta, não por causa dos nascimentos, mas porque os emigrantes regressam em idade de reforma", pelo que a população é "fortemente envelhecida, maioritariamente com mais de 60 anos".
"Isto em termos de saúde é dramático, se tivermos em conta que muitos não têm sequer médico de família e a tendência é termos cada vez mais utentes a necessitarem de cuidados continuados", alertou.
Um representante do Movimento Cívico de Tondela aproveitou a ocasião para transmitir "os receios dos utentes sobre uma possível fusão entre o Hospital Cândido de Figueiredo (Tondela) e o Hospital de S. Teotónio (Viseu)".
A população teme a possibilidade de ficar "totalmente dependente de Viseu" e ainda "a perda de determinados serviços".
António Minhoto avançou ainda que a 22 de Setembro, dia para o qual está marcada a Jornada Nacional em Defesa do Sector Público de Saúde, está prevista uma conferência, durante a manhã, no Rossio de Viseu, com todos os movimentos cívicos do distrito representados.
CMM.
Lusa/Fim
Também a Comissão de Cidadãos de Santa Comba Dão esteve presente neste encontro, tendo assim dado o seu apoio a esta iniciativa. De relembrar que em Janeiro de 2006, Sta Comba Dão, pertenceu à organização da Manifestação de Viseu em defesa do SNS, onde estiveram presentes largas centenas de santacombadenses em defesa de mais e melhor saúde para o nosso Concelho.
A Comissão de Cidadãos de Santa Comba Dão, chamou a atenção para a importância de se efectuar um amplo debate a nível distrital, acerca da temática do SNS, onde estejam envolvidos populações, técnicos de saúde e outros agentes, no sentido de nos dotarmos de respostas que nos permitam defender um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e para tod@s!

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