quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Transgénicos em debate: “O Homem está a fazer de Deus”

Os organismos geneticamente modificados poderão causar “uma irreversibilidade na história biológica do planeta, que será extremamente grave”, alertou Paulo Andrade, um dirigente da associação Quercus. Num debate sobre alimentos transgénicos, aquele responsável afirmou que as “espécies e variedades vão ser afectadas geneticamente, não se sabendo a que nível e escala”, e mostrou-se preocupado com as eventuais consequências na saúde dos seres vivos. “O Homem está a fazer de Deus, mexendo na estrutura genética dos seres vivos”, ironizou o ambientalista, que defende uma moratória que suspenda o cultivo de transgénicos em Portugal, até que haja uma certeza sobre os riscos para a saúde, ambiente e ecossistemas. Por seu lado, José Santos, da Direcção Regional de Agricultura do Centro, referiu que em Portugal só existe um tipo de OGM, no milho, disponível para várias variedades deste cereal, que é controlado pelas autoridades nacionais.
Resistir
O responsável técnico afirmou que a alteração genética introduzida visa tornar o cereal mais resistente a dois tipos de pragas bem definidas e garantiu que não há risco de contaminação dos campos. José Santos assegurou ainda que a fiscalização actua e lembrou que já foram retirados produtos do mercado produzidos com sementes de OGM não autorizadas.
No debate, Gualter Baptista, do Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, criticou a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar por basear as suas decisões em estudos científicos das multinacionais que produzem e comercializam os transgénicos, em detrimento de outros publicados em revistas científicas. O debate de ontem, em Coimbra, abriu o evento «Artes da Lua d’ Outono», promovido pela Associação Cultural Colectivo Germinal, com o apoio do Departamento de Cultura da autarquia, que se realiza até hoje na Praça da Canção.
Fonte: O Primeiro de Janeiro
via http://www.gaia.org.pt/

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