sábado, 8 de março de 2008

"Está na hora de a ministra ir embora"

A maior manifestação de professores da história do país reuniu cerca de 85 mil pessoas que desfilaram entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço. O número foi adiantado pelos sindicatos dos docentes e confirmado pela PSP. O Esquerda.net acompanhou e transmitiu a manifestação em directo, entrevistando os docentes e ouvindo as suas opiniões. Para Francisco Louçã, que esteve presente na marcha, esta foi uma "enorme moção de censura ao Governo". O coordenador do Bloco de Esquerda defendeu a demissão da ministra da Educação.
Pelas 16 horas, a cabeça da manifestação já se encontrava na Rua do Ouro, mas ainda havia professores a desfilar no Rossio, nos Restauradores e na Avenida da Liberdade.
Para Mário Nogueira, da Fenprof, "o primeiro-ministro tem de fazer uma leitura desta manifestação. É impossível manter uma política ministerial nestas condições. Com uma manifestação destas, este passa a ser um problema do governo", disse o dirigente sindical à Lusa. "Depois desta manifestação impressionante, dizemos que a actual equipa ministerial não tem condições para continuar", afirmou Mário Nogueira.
Ministro de cabeça perdida
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, acusou na sexta-feira os manifestantes que o vaiaram em Chaves, à entrada para uma reunião sobre os três anos do Governo, de estarem a levar a cabo uma intimidação anti-democrática. De cabeça perdida, o ministro acusou os manifestantes que o vaiaram de "nem sequer saberem distinguir entre Salazar e os democratas", afirmando que "a liberdade em Portugal não se deve a Álvaro Cunhal e a Mário Nogueira", deve-se, segundo o ministro, aos "históricos do PS lutaram pela liberdade antes do 25 de Abril contra o fascismo e depois desta data contra a tentativa de criar em Portugal uma ditadura comunista".
Já o ex-presidente Mário Soares disse que há "falhas de comunicação" entre ministra da Educação e os professores, considerando que é perfeitamente visível o descontentamento dos docentes neste conflito que os opõe à ministra Maria de Lurdes Rodrigues. O ex-presidente, por outro lado, elogiou Maria de Lurdes Rodrigues, dizendo tê-la ouvido numa entrevista, com uma grande serenidade e com uma grande sensatez.

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