quarta-feira, 16 de julho de 2008

Banco de Portugal prevê menos crescimento e mais inflacção

O boletim económico de Verão do Banco de Portugal, agora divulgado, revê em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa para 1,2% em 2008 e 1,3% em 2009, valores quase 50% inferiores às previsões de Janeiro. A inflacção para este ano deverá fixar-se nos 3%, seis décimas acima da anterior estimativa. Estas são as piores previsões de todas apresentadas até agora, incluindo as de organizações internacionais, afastando qualquer cenário de convergência com o resto da Europa. Menos crescimento e mais inflacção: estas são as principais conclusões do Boletim Económico de Verão do Banco de Portugal divulgado hoje por Vítor Constâncio na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República. Em comparação com as estimativas de Janeiro, as previsões de crescimento baixam para quase metade (eram de 2% para 2008 e 2,3% para 2009) e a inflacção será de 3% em 2008 (contra a anterior estimativa de 2,4%) e de 2,5% em 2009 (contra os 2% previstos inicialmente).Em relação a 2007 a economia portuguesa cresceu 1,9%, o valor mais alto dos últimos seis anos, mas ainda assim o mais baixo da União Europeia. Neste aspecto, todas as previsões apontam para uma divergência com o resto da União Europeia, contrariando as expectativas anteriores do governador do Banco de Portugal.Vítor Constâncio afirmou que as previsões do Banco de Portugal são as mais baixas, comparando com os organismos internacionais, OCDE, Comissão Europeia e FMI, e também com o Governo, mas admite que as outras entidades ainda venham a rever as suas estimativas uma vez que "a situação internacional tem vindo a piorar".O governador do Banco de Portugal justificou esta revisão em baixa do crescimento económico com a revisão dos "factores exógenos" como a queda da procura externa, o aumento da taxa de juro, o aumento dos preços do petróleo e a subida da taxa de câmbio. A deterioração de quase todas as componentes macroeconómicas, em particular na forte quebra do investimento, que passa a crescer apenas um por cento, contra os 3,3 por cento apontados em Janeiro passado, da procura interna, que recua para um por cento (era 1,4 por cento no início do ano) e nas exportações (abranda para 4,4 por cento, menos cinco décimas do que em Janeiro), são igualmente apontadas como razões para este abrandamento.

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