terça-feira, 14 de agosto de 2007

Portugal apresenta o maior fosso entre ricos e pobres da Europa

De acordo com os dados do Eurostat, citados na edição de hoje do Jornal de Negócios, Portugal continua a ser o país da União Europeia a quinze cujo fosso entre ricos e pobres é maior. Os últimos dados disponíveis (referentes a 2005) mostram que os 20% mais ricos apresentam rendimentos mais de oito vezes superiores aos dos 20% mais pobres, quando na União Europeia esta distância não chega a ser multiplicada por cinco. E enquanto a tendência geral na Europa foi de diminuição deste fosso, nos últimos dez anos Portugal faz parte dos poucos países que agravaram as desigualdades, tendo mesmo registado o maior aumento.
Portugal foi o país em que as desigualdades mais aumentaram nos últimos 10 anos. Em 1995, os 20% mais ricos do país tinham 7,4 vezes mais rendimentos do que os 20% mais pobres, sendo já na altura o maior fosso da Europa a 15, cujo coeficiente médio era de 5,1. Enquanto a esmagadora maioria dos países reduziram este fosso, os dados de 2005 mostram que Portugal foi dos poucos países em que as desigualdades se acentuaram, aumentando o coeficiente para 8,2 contra 4,8 da média da União Europeia. Ou seja, se Portugal já era o campeão da desigualdade, ficou ainda mais destacado nessa posição. Os dados do Eurostat mostram também que, apesar de terem sido outros dois países em que o fosso entre ricos e pobres aumentou, é na Suécia e na Finlândia que esta diferença continua a ser menor (3,3 e 3,6, respectivamente).Bruto da Costa, Presidente do Conselho Económico e Social, em declarações ao Jornal de Negócios, explicou que «na classe dos trabalhadores por conta de outrém, observa-se uma tendência para uma crescente assimetria entre os rendimentos que são auferidos pelos membros das administrações e os outros trabalhadores», acrescentando que «essa diferença pode ser já superior ao diferencial que no passado se observava entre a remuneração do capital e do trabalho».
Segundo dados revelados recentemente pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, as remunerações dos Conselhos de Administração das 20 empresas portuguesas cotadas na Bolsa mais do que triplicaram entre os anos 2000 e 2005.
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