terça-feira, 27 de maio de 2008

Santa Comba Dão: Petição contra Museu Salazar discutida no Parlamento ainda nesta sessão legislativa

Viseu, 21 Mai (Lusa) - A petição contra a criação do Museu Salazar, em Santa Comba Dão, deverá ser discutida em plenário, na Assembleia da República (AR), "ainda nesta sessão legislativa", disse hoje fonte da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP).
Segundo António Vilarigues, membro da URAP, "tudo aponta para que o plenário na AR aconteça ainda nesta sessão legislativa, ou seja, até às férias do Parlamento".
"Estamos muito satisfeitos com esta decisão. Não esperávamos que tivesse o aval de todos os partidos, mas é um sinal de que os nossos argumentos são razoáveis", acrescentou.
A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias aprovou, por unanimidade, a realização de um debate em plenário na AR, onde será discutida a petição contra a criação do Museu Salazar, em Santa Comba Dão.
Esta Comissão "compreendeu o apelo dos signatários da presente petição para que a Assembleia da República condene politicamente a intenção de criar um Museu Salazar em Santa Comba Dão".
Considerou que a Assembleia da República deve "condenar politicamente qualquer propósito de criação de um Museu Salazar e apelar a todas as entidades, e nomeadamente ao Governo e às autarquias locais, para que recusem qualquer apoio, directo ou indirecto, a semelhante iniciativa".
A petição contra a criação do Museu Salazar, promovida pela URAP, foi entregue na Assembleia da República em 05 de Novembro do ano passado, com cerca de 16.000 assinaturas.
A este órgão de soberania, a URAP solicitava que se condenasse politicamente o processo que visa a criação do Museu e que tomasse medidas para impedir a sua concretização.
O projecto de construção de um museu em homenagem a António Oliveira Salazar e um centro de estudos do Estado Novo tem sido liderado pela autarquia de Santa Comba Dão.
Sobre a discussão em plenário da petição contra a criação do Museu Salazar, o autarca de Santa Comba Dão, João Lourenço, considerou que "é bom que aconteça, já que estamos num país democrata". No entanto, lamenta que "não se ouça o que o povo quer".
João Lourenço disse à Agência Lusa ainda que "a Câmara é autónoma para avançar com o projecto do Museu, sem precisar do aval da Assembleia da República".
"A única entidade que ouvimos é a população, que é quem tem legitimidade para se pronunciar", concluiu.
CMM.
Lusa/Fim

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