São necessárias grandes áreas de superfície agrícola útil para a produção deste tipo de culturas energéticas. De acordo com um relatório da AEA (AEA, n.º 4/2004), tendo em conta as estruturas de preços actuais e a procura de alimentos na Europa e no mundo, o aumento da procura de agro-combustíveis só pode ser satisfeito e, ainda assim, parcialmente, através da redução da produção de alimentos a partir das potenciais plantas energéticas. A superfície total do solo consagrado à produção de culturas, portanto, teria de aumentar.
De acordo com os cálculos do britânico George Monbiot, para mover os carros e autocarros do Reino Unido com biodiesel seriam necessários 25,9 milhões de hectares, sendo que apenas existem nesse país 5,7 milhões de hectares.
O relatório da AEA afirma ainda que: se as terras de pousio de longa duração forem utilizadas para a produção de culturas energética ou a produção intensiva de alimentos para satisfazer a procura acrescida de terras, as grandes quantidades de CO2 que serão emitidas serão suficientes, possivelmente, para anular por muitos anos os benefícios em termos de redução das emissões de CO2 decorrentes da mudança para os agro-combustíveis. Isto explica-se pelo facto de os solos libertarem CO2 durante a mineralização da matéria orgânica, um processo que é acelerado com a aragem. Os solos que têm grandes quantidades de matéria orgânica, e estão neste caso os prados e as terras de pousio, libertam mais CO2.
E também a desflorestação originada pela expansão destas culturas é uma importante fonte de emissões de CO2 e perda de biodiversidade. Por exemplo, calcula-se que a destruição de turfa na cultura do óleo de palma para biodiesel no Sudoeste Asiático (onde actualmente se cultiva a maior parte deste óleo) pode provocar um volume de emissões de CO2 entre 2 a 8 vezes superior ao do gasóleo mineral que substitui (esta estimativa é muito moderada, e baseia-se nas informações científicas mais recentes).
A produção em massa do óleo de palma já causou a devastação de grandes extensões de florestas na Colômbia, Equador e Indonésia. Na Malásia, maior produtor mundial de óleo de palma, 87% das florestas foram devastadas entre 1985 e 2000. Em Sumatra e em Bornéu, desapareceram 4 milhões de hectares de florestas a favor do cultivo da palma; e está prevista a limpeza de mais 6 milhões de hectares na Malásia e 16,5 milhões de hectares na Indonésia
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