sexta-feira, 18 de julho de 2008

Festival de Musicas do Mundo - Tom de Festa Acert 2008

A forte participação de músicos estrangeiros marca o 18.º Festival de Músicas do Mundo – Tom de Festa ACERT 2008. Segundo o director artístico da ACERT, José Rui Martins, trata-se de um programa "aliciantíssimo" que também se vai associar às comemorações dos noventa anos do ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.
O festival tem início no dia 16 e termina no dia 19 de Julho.
A abertura do Tom de Festa ACERT 2008 é feita por Teresa Salgueiro e Lusitânia Ensemble e pelo espectáculo do Trigo Limpo Teatro ACERT, "Cor da Língua", que contará com a participação especial de Janita Salomé e Chuchurumel. O festival prossegue no dia 17 com a presença de Nancy Vieira de Cabo Verde, Fanfarra Kaustika, que regressam a Portugal depois de uma passagem pela Expo Saragoça 2008, e Rita Redshoes. José Rui Martins afirma que é necessário "estar atento aos músicos portugueses mesmo que cantem em inglês".
O dia 18 fica marcado pela organização de uma homenagem a Nelson Mandela, uma vez que o ex-presidente da África do Sul comemora o seu nonagésimo aniversário. A cantora Simphiwe Dana, da África do Sul, o grupo português Balla e banda Samba e Chôro /Raspa o Tacho, do Brasil, irão associar-se ao tributo.
Os concertos terminam no dia 19 com a presença de Habib Koite, do Mali, Beltaine, da Polónia e Sintesis, de Cuba.
Para além dos concertos, o Festival de Músicas do Mundo recebe uma intervenção plástica pública, que tomará lugar nos jardins da ACERT. "Será uma grande surpresa em termos de intervenção", refere o director artístico da ACERT. A iniciativa é promovida pelo movimento intercultural "Identidades" e tem como objectivo povoar o espaço público da ACERT com o imaginário recriado por um colectivo de inventores. Estudantes e professores da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, da Escola Nacional de Artes Visuais e artistas de Tondela "vão construir uma cenografia que vai permitir a todos os que presenciarem o vasto programa do Tom de Festa, descobrir outras imagens e uma renovada maneira de viver as artes".
A ACERT organiza no dia 19, às 18h00 um leilão de obras de arte em que a receita irá reverter a favor do movimento intercultural "Identidades".
Durante o festival, a associação cultural fará, também, a entrega dos prémios do Tom de Vídeo – Festival Internacional de Vídeo da ACERT, realizado em Abril e Maio de 2008. O Tom de Vídeo contou com uma forte participação de filmes estrangeiros, tendo o filme espanhol "Salvador – historia de un milagro cotidiano" arrecadado o grande prémio do festival. A entrega dos seis prémios e das duas menções honrosas vai decorrer ao longo dos quatro dias do festival.
in Jornal do Centro

Tom de Festa na ACERT


quarta-feira, 16 de julho de 2008

"A Borla" conta o que correu mal na selecção de Sócrates


"Pouca técnica e táctica errada" é o melhor que se pode dizer da selecção com que Sócrates prometeu muito, mas ficou longe de lá chegar. O jornal gratuito dos jovens do Bloco será distribuído nas praias e nos festivais deste Verão. Destaque para o "Teste Cavaco: Estás Alheado da Política?" e para a entrevista fictícia a Vitalino Canas, o porta-voz do PS considerado "o pior em campo". Lê aqui "A Borla" em pdf.

Francisco Van Zeller foi entrevistado pelo Jornal de Negócios para falar da revisão do Código do Trabalho. O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) diz que Vieira da Silva fez melhor que um governo de direita, e que os governos do PS "são mais ousados" no que respeita a mudar as relações de trabalho. O patrão dos patrões acha "injusto que este governo esteja a pagar de uma maneira tão severa a crise internacional".
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Guantánamo: divulgado vídeo inédito de interrogatório a rapaz de 16 anos




Pela primeira vez foram divulgadas imagens de um interrogatório na prisão de Guantánamo. Os advogados do cidadão canadiano Omar Kadhr, preso no Afeganistão quando tinha apenas 15 anos e depois deportado para a base militar em Cuba, decidiram divulgar o vídeo para pressionar o governo canadiano a pedir a extradição do jovem. No vídeo, é visível o sofrimento de Omar, interrogado durante mais de sete horas, chorando e mostrando as cicatrizes provocadas por torturas ainda no Afeganistão, e apelando aos agentes canadianos que o ajudem.Ler mais...








Banco de Portugal prevê menos crescimento e mais inflacção

O boletim económico de Verão do Banco de Portugal, agora divulgado, revê em baixa as previsões de crescimento da economia portuguesa para 1,2% em 2008 e 1,3% em 2009, valores quase 50% inferiores às previsões de Janeiro. A inflacção para este ano deverá fixar-se nos 3%, seis décimas acima da anterior estimativa. Estas são as piores previsões de todas apresentadas até agora, incluindo as de organizações internacionais, afastando qualquer cenário de convergência com o resto da Europa. Menos crescimento e mais inflacção: estas são as principais conclusões do Boletim Económico de Verão do Banco de Portugal divulgado hoje por Vítor Constâncio na Comissão de Orçamento e Finanças da Assembleia da República. Em comparação com as estimativas de Janeiro, as previsões de crescimento baixam para quase metade (eram de 2% para 2008 e 2,3% para 2009) e a inflacção será de 3% em 2008 (contra a anterior estimativa de 2,4%) e de 2,5% em 2009 (contra os 2% previstos inicialmente).Em relação a 2007 a economia portuguesa cresceu 1,9%, o valor mais alto dos últimos seis anos, mas ainda assim o mais baixo da União Europeia. Neste aspecto, todas as previsões apontam para uma divergência com o resto da União Europeia, contrariando as expectativas anteriores do governador do Banco de Portugal.Vítor Constâncio afirmou que as previsões do Banco de Portugal são as mais baixas, comparando com os organismos internacionais, OCDE, Comissão Europeia e FMI, e também com o Governo, mas admite que as outras entidades ainda venham a rever as suas estimativas uma vez que "a situação internacional tem vindo a piorar".O governador do Banco de Portugal justificou esta revisão em baixa do crescimento económico com a revisão dos "factores exógenos" como a queda da procura externa, o aumento da taxa de juro, o aumento dos preços do petróleo e a subida da taxa de câmbio. A deterioração de quase todas as componentes macroeconómicas, em particular na forte quebra do investimento, que passa a crescer apenas um por cento, contra os 3,3 por cento apontados em Janeiro passado, da procura interna, que recua para um por cento (era 1,4 por cento no início do ano) e nas exportações (abranda para 4,4 por cento, menos cinco décimas do que em Janeiro), são igualmente apontadas como razões para este abrandamento.

Tempo de antena do Bloco de Esquerda, emitido a 11 de Julho

Criação de Museu Salazar divide esquerda e direita parlamentares

As bancadas parlamentares de esquerda e de direita ficaram hoje divididas quanto à criação do Museu Salazar, em Santa Comba Dão, Viseu. O debate foi feito a propósito de uma petição da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), com mais de 16 mil assinaturas, que pedia a condenação da Assembleia da República ao projecto.

Na discussão da petição em plenário, a criação de um museu dedicado à figura de Oliveira Salazar, presidente do Conselho durante 48 anos, mereceu a forte oposição de PS, BE, PCP e de Os Verdes. Para o deputado José Junqueiro, a Câmara Municipal de Santa Comba Dão (PSD) “nada acrescentou ao concelho a não ser esta ideia de fazer uma ‘capelinha’ a Salazar”. O deputado acusou ainda a autarquia de dar uma remuneração vitalícia a um dos herdeiros do ex-governante como forma de viabilizar a iniciativa.

Pelo Bloco de Esquerda, Fernando Rosas não tem dúvidas de que “um museu com o nome do ditador instalado na sua terra” se presta “à exploração política pelos seus seguidores”, tornando-se “um santuário obsoleto de extrema-direita”. Fernando Rosas propôs antes uma lei que vincule o Estado à preservação da memória.

António Filipe, do PCP, autor do relatório final da petição, corroborou os termos do documento da URAP, ao lembrar que ao museu colide com a lei e com a constituição que proíbem organizações que mostrem “ pretender difundir valores, princípios” ou que “exaltem as personalidades mais representativas” de regimes fascistas.

“Não é com dois ou três objectos pessoais que pertenceram ao ditador que se constrói um centro de estudos” sobre Salazar, sublinhou António Filipe, apelando para que Governo e autarquias recusem qualquer apoio ao projecto.

A defesa da iniciativa da autarquia foi assumida pelo deputado José Cesário, do PSD. “Os portugueses têm o direito de aceder a todas as instituições e documentos que lhes permitam, sem paternalismos ideológicos, terem os seus próprios juízos críticos”, disse Cesário, considerando que a câmara pretende criar “um pólo de desenvolvimento regional”, “sem saudosismos de qualquer espécie”.

Num discurso que suscitou algum burburinho nas bancadas de esquerda não só pelo seu conteúdo como pela duração maior do que a permitida, Nuno Melo, do CDS-PP, defendeu que estar contra o Museu Salazar é opôr-se à própria democracia e ao Parlamento cujas paredes ostentam “simbologia do Estado Novo”. “A história não se apagam nem partes dela. É lembrança permanente sem cortes no tempo nem censura”, disse o deputado centrista.

Este argumento viria a ser contestado na intervenção seguinte, de Madeira Lopes, do grupo Os Verdes: “Nada mais falso. Ninguém queima livros ou os apaga. Antes pelo contrário: a memória é fundamental. Quem quer fazer um museu não está a preservar a memória, está a branqueá-la”.

O pedido essencial da petição – uma condenação da Assembleia da República ao museu e a tomada de medidas para impedir a sua concretização – não foi realizado, já que as petições não são votadas, mas tão só apreciadas.