domingo, 28 de dezembro de 2008

Antigos trabalhadores do urânio prometem voltar à luta

Num jantar/convívio realizado em Nelas, os antigos trabalhadores da extinta Empresa Nacional de Urânio prometeram voltar à luta durante o ano de 2009, para exigirem indemnizações e reformas dignas. Francisco Louçã participou no jantar solidarizando-se com aqueles "que trabalharam uma vida inteira dentro do veneno da radioactividade" para, em alguns casos, receber 150 euros de reforma.
A Empresa Nacional de Urânio (ENU) entrou em processo de liquidação em 2001 e encerrou definitivamente no final de 2004. Os antigos trabalhadores exigem benefícios na idade da reforma, e o pagamento de indemnizações aos familiares daqueles que morreram de doenças relacionadas com a exposição à radioactividade. E querem que estes direitos possam abranger todos os trabalhadores, mesmo os que não tinham vínculo à ENU na data da sua dissolução. Ainda que não existam números oficiais, estima-se que as medidas reivindicadas possam beneficiar três centenas de trabalhadores, dos mais de 600 que entre 1977 e 1991 (altura em que começaram os despedimentos) estiveram na ENU.No final do jantar/convívio, o porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, anunciou que já em Janeiro será realizada uma marcha a pé entre a Urgeiriça (Canas de Senhorim, Nelas), onde estava sedeada a empresa, e a mina da Cunha Baixa (Mangualde).
"Vamos mostrar ao país que estamos vivos", frisou, lembrando que os problemas ambientais da mina da Cunha Baixa "continuam por resolver", apesar de a ENU ter encerrado definitivamente no final de 2004. E anunciou também que os trabalhadores vão fazer "um manifesto público" a apelar para que o PS "seja penalizado nas eleições legislativas" e fique em minoria na Assembleia da República, para assim serem viabilizadas as suas reivindicações. A 7 de Março, o PS chumbou na Assembleia da República os projectos de lei do BE, PCP e PSD que davam resposta a estas reivindicações.
O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã participou no jantar comprometeu-se a apresentar novo projecto de resolução na AR, "que será discutido junto com outros, para que o debate se volte a fazer".
Louçã afirmou que se tratam de pessoas "que trabalharam uma vida inteira dentro do veneno da radioactividade" para, como num caso apresentado durante o jantar, receber 150,12 euros de reforma. "É preciso um grito enorme sobre o respeito, a dignidade destas pessoas e é por isso que eu me junto a esta luta. Acho que os mineiros são uma parte importante da história e do Portugal de hoje e das dificuldades do Portugal de hoje", frisou.
"Portugal não se respeita se um banqueiro recebe 10 milhões de indemnização ou pensões extraordinárias ao fim de cinco ou seis anos de funções e um mineiro de uma vida de trabalho recebe 150,12 euros. Esta desigualdade é ofensiva e o Governo, se não reconhece as dificuldades, faz parte da ofensa", concluiu Louçã.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

"Igreja está possuída por loucura homofóbica"

A ILGA Portugal, associação de defesa dos direitos dos homossexuais, acusou a Igreja Católica de estar "possuída por uma espécie de loucura homofóbica". Em causa estão as recentes declarações do Papa Bento XVI que disse que salvar a humanidade do comportamento homossexual ou transexual é tão importante quanto salvar as florestas.
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Águas do Planalto - O Grande Negócio

A Águas do Planalto, S.A. é desde 1997, a empresa concessionária de distribuição de Água à população dos Concelhos de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tábua e Tondela.
À altura a Águas do Planalto ficava responsável pela gestão e distribuição da Água, pelas infra - estruturas e as obras necessárias à melhoria e ampliação da rede. No entanto, e curiosamente, acaba por ser a Associação dos Municípios do Planalto Beirão a custear as obras de distribuição e infra -estruturas.
É o princípio do descalabro, a que a vergonha da Privatização de um bem público, como a Água não poderia inevitávelmente deixar de levar.
Assim, ao longo deste tempo, temos vindo a assistir a ilegalidades, prejuízos causados à população, e a uma péssima prestação de serviços por parte de um Sector privado, que em nenhuma circunstância deveria gerir um bem público como a Água.
Então o que temos vindo a assistir? Desde cobranças aos utentes de contadores partidos pelo gelo em Inverno mais rigoroso, encerramento de fontenários com água da rede, encerramento de postos de atendimento municipais, situação essa ilegal, pois a sua manutenção estava contratualmente prevista, causando graves prejuízos às populações dos Concelhos envolvidos, estamos a tratar com populações maioritáriamente envelhecidas, em Concelhos onde a inexistência de transportes públicos é uma das características.

Prejuízos, também, pela aplicação de uma sobretaxa Artº 21, para financiamento de obras com intuito de contrabalançar o deslize financeiro da construção da Barragem do Paúl.
O Bloco de Esquerda ( Núcleo de Santa Comba Dão) vem assim exigir o fim deste negócio, cozinhado nas costas das Populações, e com grave prejuízo para as mesmas, e reclamar o regresso da distribuição da Água para consumo humano às respetivas Câmaras Municipais dos Concelhos envolvidos.
Nesse sentido, vimos ainda manifestar a nossa solidariedade para com a CUDAP ( Comissão de Utentes para a Defesa da Água Pública), que desde o primeiro momento tem vindo a tomar posição no sentido de inverter esta situação, e apelar ainda a todos os cidadãos e cidadãs para que subscrevam o abaixo assinado posto a circular pela referida Comissão, no sentido de em Março ser entregue na Assembleia da República.
Tod@s somos pouc@s para a Defesa de um bem que é de todos - A Água -