Ministro do Ambiente admite que Portugal não vai cumprir metas de Quioto 21 Nov 07 (notícia do Público)
O ministro do Ambiente admitiu ontem que Portugal não vai conseguir reduzir as emissões de gases com efeito de estufa que o Protocolo de Quioto exige até 2008-2012. Para Francisco Nunes Correia, a solução está nas medidas adicionais, como os mecanismos de Desenvolvimento Limpo e o Fundo de Carbono, que vão compensar as emissões que o país tem a mais.
“Vamos ultrapassar os tectos de emissões, mas vamos cumprir Quioto”, afirmou o ministro, à margem da sessão pública de apresentação do Programa Operacional para o Norte, em Guimarães.Nunes Correia reagia aos dados divulgados terça-feira, em Bona, por Yvo de Boer, secretário-executivo da Convenção Quadro da ONU para as Alterações Climáticas. De Boer revelou quais as emissões de 40 nações industrializadas durante 2005, ano da entrada em vigor deste protocolo. Portugal, autorizado a aumentar as suas emissões em 27 por cento, a níveis de 1990, até 2008-2012, já vai em 42,8 por cento. Segundo os dados apresentados por de Boer, Portugal ultrapassou em 15,8 por cento o limite de emissões definido por Quioto.Mas dizer que o país não vai conseguir reduzir as suas emissões não significa que não cumpra Quioto quando este expirar, em 2012. Nunes Correia garantiu ontem que o país vai ser capaz de contornar o excesso de emissões de gases para a atmosfera através dos mecanismos de flexibilidade que Quioto prevê para ajudar os países em maiores dificuldades. Como é o caso de Portugal, o segundo país mais incumpridor na União Europeia a 15. O primeiro lugar vai para Espanha.A esperança está nos mecanismos de Desenvolvimento Limpo e no Fundo de Carbono que permitem a um país ganhar créditos de emissão por investir em tecnologias limpas em países terceiros.Nunes Correia responsabiliza a “herança recebida” dos anteriores governos pela situação, porque permitiram a derrapagem das emissões. “Nos anos anteriores ao mandato deste Governo, Portugal chegou a atingir quotas de emissão superiores a 40 por cento”, destacou. “Neste momento estamos ainda nos 30 por cento”, acima do limite de 27 pontos percentuais imposto por Quioto a Portugal.Mas o mau comportamento do país não é caso único na União Europeia, cujo maior desafio ambiental são precisamente as alterações climáticas, segundo a Agência Europeia de Ambiente. Na verdade, Yvo de Boer lamentou que o espaço europeu apenas consiga cumprir Quioto porque utiliza as “bengalas” dos mecanismos de flexibilidade. “Não devemos esconder o facto de que as emissões continuam a aumentar em vários países. Devem fazer mais para controlar as suas emissões”.
domingo, 25 de novembro de 2007
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